quarta-feira, 18 de maio de 2016

Bons filmes - De onde eu te vejo

Continuando a sessão "indicações do último feriado prolongado", vim falar um pouco sobre o filme brasileiro "De onde eu te vejo".

O longa, sob a direção de Luiz Villaça, conta a história de Ana, arquiteta interpretada por Denise Fraga, e Fábio, jornalista interpretado por Domingos Montagner, e que após 20 anos de casamento decidem pela separação, devido a insatisfação de Ana e seu excesso de misticismo, e acabam se tornando vizinhos de prédio, com as janelas frente a frente. 

O difícil processo de separação é complicado pelo ingresso da filha Manu, na faculdade de Biologia, na cidade de Botucatu, a alguns quilômetros da capital. 

A pitada de comédia acontece entre discussões, ciúmes e desentendimentos pelo futuro da filha, especialmente quando Fábio se dá conta que Ana já está seguindo sua vida e está se envolvendo em um novo relacionamento, e ele, solitário e desempregado, fica dia e noite observando-a pela janela, fingindo também estar em um novo relacionamento.

O encantamento se dá pela filmagem nas ruas da capital de São Paulo, onde são retratados antigos e charmosos prédios do centro velho, visitados por Ana, que busca contratos para a demolição e reestruturação dos bairros.



O impasse se dá quando, em cada prédio e casa, ela encontra moradores idosos, com suas peculiaridades e especialmente suas histórias de amor.

Quem quer abandonar o cine Marabá, quando ali foi o palco de um lindo romance? 

Ali e em diversos locais, Ana e Fábio revivem o passado em suas doces lembranças, amigos que já partiram, prédios e restaurantes que já não existem mais, o primeiro apartamento regado a sonhos e planos para o futuro, que hoje, já não se encaixam mais.



Por fim, a voz meiga da Denise Fraga e o charme do Domingos Montagner levam o espectador a refletir sobre situações do casamento, como lidar com mudanças após tantos anos convivendo na mesma casa e depois de ter construído uma família ...

Já eu?
Eu fiquei andando mentalmente pelas ruas do centro, imaginando que por trás de cada prédio abandonado, cada janela, aqueles locais foram palcos de inúmeras histórias de amor, de morte, de alegrias... e que hoje estão largados, sujos e a cada dia mais perigosos.

Mas ainda assim, imaginar tudo isso? 
Ah! É fascinante! 

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