Fala ai pessoal, como é que vocês estão?
Eu sei que faz um tempo considerável que eu não apareço por aqui, mas para compensar trouxe uma indicação quentinha para vocês, se bem que nem tão quente assim.
Nesse final de semana com feriado prolongado, resolvi fazer um programa diferente com a minha namorada, que me ajuda aqui no blog também, e como eu nunca fui muito de frequentar teatro, ao contrário dela, resolvi que a levaria para um lugar diferente do que estávamos habituados.
A primeira opção, por estar muito em cima da hora, acabou por não dar certo. Me vendo em uma posição complicada, resolvi arriscar em um outro gênero, e dando uma olhada na internet descobri a indicação de hoje.
Não vou mentir, fui com receio de não ser bom, de ela acabar não gostando, mas acabou que tudo foi perfeito, e tanto ela, que adora teatro, quanto eu adoramos. Então, vamos a peça?
Se trata de um drama americano que virou filme em 1957, filmado em apenas um cômodo, com apenas duas cenas fora desse, que somam no máximo dois minutos. Em preto e branco, com uma duração de mais ou menos 93 minutos, a filmagem na época, rendeu vários prêmios de melhor ator, melhor história, roteiro e muitos outros.
A adaptação para os palcos se deu apenas em 2010 e desde então vem fazendo o maior sucesso em terras brasileiras.
O que chama a atenção logo de inicio, é que a peça, assim como o filme, se passa em apenas um comodo, uma sala, com doze cadeiras e uma mesa comprida, um cabide, um bebedouro e um ventilador, em uma dia de muito calor.
O espetáculo começa com a entrada de um representante do juri fazendo uma checagem da sala em questão, e então inicia-se a chamada dos 12 jurados, através de seus respectivos números, incluindo o chefe de jurados para coordenar o debate, uma referência para não virar uma bagunça. Quando todos os jurados entram na sala, o representante do juri sai e tranca a porta.
Os jurados andam pela sala, apreensivos e curiosos, tentam puxar conversa com alguns outros jurados, mas a coisa está truncada, até que então, o chefe chama a atenção dos presentes, e sugere que sentem na ordem de seus respectivos números e que seja discutida a questão: "adolescente de 16 anos mata o próprio pai - culpado ou inocente?".
O chefe em questão deixa claro que é preciso que a decisão deve ser tomada por unanimidade ou nada feito (conforme processos de juri que acontecem nos Estados Unidos). De inicio é sugerida uma votação, muitos dos jurados deixam claro que não querem ficar ali muito tempo, pois tem suas próprias coisas para fazer. e quando a votação aberta termina, temos 11 jurados declarando o réu culpado e apenas 01 que é contra. Então temos o início verdadeiro da questão, onde apenas um homem tem de mostrar o seu ponto de vista e, com uma argumentação convincente para seus colegas jurados convence-los a ver a coisa por um outro lado.
Discussões, preguiça, ameaças, muito stress, calor, fome, análise e reanálise das evidências e depoimento das testemunhas, argumentos, contradições, explicações e mais explicações, defesa de ponto de vista, tudo isso faz parte desse espetáculo muito bem estruturado e muito bem realizado pelos respectivos atores que, posso dizer, fizeram um trabalho digno de se aplaudir de pé.
Eu? Fiquei totalmente entretido, me identifiquei com alguns personagens, esbravejei em pensamento com outros querendo pegá-los pelos colarinhos e dar-lhes uns tapas falando: "Acorda, presta atenção, isso faz sentido".
Mas, o mais importante é que a peça tem como intuito nos ensinar muitas coisas, a pensar na forma como lidamos com muitas coisas, como: o pré julgamento de pessoas que não conhecemos, sem saber os fatos e as evidências que levam, ou levaram, uma pessoa x a fazer isso ou aquilo; que devemos pensar antes de tomar uma atitude, pois isso trás consequências, nesse caso ainda mais, pois são 12 jurados decidindo o futuro de um garoto de 16 anos.
Embora se passe em meados da década de 50, é uma peça que retrata o momento atual, onde as pessoas constantemente tentam se firmar perante a sociedade, impondo, brigando e discutindo opiniões, querendo se provar mais certo do que o outro.
Os atores são mais velhos e retratam o júri formado por pessoas do povo, operários entre os citados. Acredito que o filme siga a mesma linha e garanto que em breve eu vou assistir, junto com a companhia dela, meu amor *-*
O que eu posso dizer? De forma simples e objetiva, se tiverem a oportunidade, assistam. O ingresso não é caro e provavelmente deve ficar em cartaz em São Paulo por pouco tempo.
Espero que tenham gostado da indicação da semana, que vocês possam curtir tanto quanto e meu amor curtimos. Ela ficou vidrada, não me deu bola durante todo o espetáculo....kkkkkk
Deixo aqui o meu abraço mais apertado para vocês e agradeço a paciência em esperar.
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